E se pudermos unir essência e aparência? E se pudermos deixar a beleza interna ser vista também na maneira como nos vestimos, cuidamos do nosso corpo, nos enfeitamos para nós e para o outro? E se olharmos para beleza despidos de preconceito e de padrões estabelecidos?
Quando eu falo sobre capital erótico, o que eu prego na verdade é o olhar generoso sobre si mesmo e um cuidado saudável e benéfico. Não há nenhuma apologia a beleza esquálida das modelos de passarela e nem aos looks de revista Vogue. O que há é um conselho ao cuidado pessoal como dignidade e bem-estar. São estes os pilares do Sem Espartilhos.
Quem quiser saber mais sobre o Capital Erótico, aí vão os links dos textos que escrevi.
Capital erótico – sensualidade
Capital erótico – habilidades sociais
Agora deixo vocês com o psicólogo Frederico Mattos e sua visão sobre a futilidade.
Beijos.
“Muitos alegam seu preconceito com a beleza física por se tratar de algo superficial e passageiro. Eles tem uma predileção pelo capital humano, que é aquilo que você é e sabe.
Defendem a supremacia da essência pela aparência numa escala de valores que nem sempre corresponde à realidade.
Adoramos, desejamos e nos apaixonamos pelos belos e formosos, no entanto, pregamos religiosamente que preferimos o que a pessoa é não o que a pessoa aparenta.
Quando o parceiro amoroso desleixa o penteado, a roupa, a barriguinha temos sempre um punhado de recomendações para realizar à respeito do descuido. Alegamos a preocupação pela saúde física para repreender o namorado à comer o doce fora de hora. Nossos instintos dizem o contrário, pois a realidade é que nos desestimulamos sensualmente por aquela pessoa. Continuamos a nutrir amor, admiração, carinho e companheirismo certamente, mas o desejo não mente: preferimos pessoas em forma.
Outro argumento que usam para detratar a beleza é o da sua fugacidade, ou seja, é fútil porque é passageira. Diferente das grandes obras intelectuais e arquitetônicas – fruto do intelecto e investimento financeiro – que permanecem pelo resto da humanidade a beleza se deteriora.
No entanto, esse é um engano, pois a beleza se metamorfoseia ao longo de uma vida do mesmo jeito que o intelecto (capital humano), as influências sociais (capital social), o bolso (capital financeiro) de uma pessoa. O tempo todo as pessoas poderosas que conhecemos oscilam de nossas redes de contato, o dinheiro também cresce ou se desvaloriza ao sabor dos humores do mercado e o intelecto pode se potencializar ou se perverter com o passar do tempo. Eles também provocam sensações passageiras, pois ninguém consegue manter suas produções intelectuais e mentais em alta constantemente. Um escritor profícuo na juventude pode se tornar estranho e de mau gosto com o passar do tempo ou ter refinado seu estilo e mostrar seu talento numa fase bem passageira da velhice.
Durabilidade, portanto não é patrimônio exclusivo de nenhum dos outros capitais, porque com o capital erótico seria diferente? Tudo perece.
No entanto, mesmo que saibamos que intelecto, dinheiro e redes de contato tem prazo de validade atacamos o capital erótico em sua futilidade.”