Já ouvi de muitas mulheres a ideia de que passaram a renegar a sua sensualidade depois que namoraram ou casaram. Quando solteiras elas deixam sua sensibilidade sexual à flor da pele deixando cabelos arrumados, unhas feitas, corpo em dia, sorriso nos lábios e uma leve safadeza no traquejo pessoal.
No entanto, quando conseguem roubar o coração de um homem imaginam que devem gradualmente – na medida que avança e se aprofunda o relacionamento – abandonar qualquer tipo de comportamento que envolva esse tipo de postura pessoal. Agem como freiras para garantir o respeito.
Elas enterram a leoa que habita o seu corpo e sua alma. Renegam seus desejos, fecham os olhos para a beleza que caminha pelo mundo e apagam qualquer traço de feminilidade que não se enquadre no perfil mamãe-esposa.
É estranha essa postura que resvala num moralismo retrógrado. Já vi muitas mulheres se afastarem de grandes amigas depois que namoram para impedir que o namorado/marido conviva com a companheira solteira. Note a sutileza do mecanismo, ela própria enterrou seu sex appeal a fim de se mostrar exclusiva e guardada para o parceiro ciumento. Então na hora que precisa conviver com a amiga que não tem a obrigação de se apagar (como ela fez) acaba excluindo do seu convívio alguém que quer bem por temer ser comparada. Ela se nivela por baixo.
Se tivesse se aplicado em manter sua vivacidade (fiel ao parceiro) esse temor não iria perturbar tanto.
No caso do dinheiro, se você deixa claro o poder aquisitivo que tem isso não quer dizer que esteja oferecendo uma nota de R$100,00. Se estiver falando de algo que conheça também não quer dizer que ninguém seja obrigado a engolir seus conhecimentos. Do mesmo modo, se mantiver sua sensualidade viva não quer dizer que esteja oferecendo seus dotes sexuais para você.
Estranhamente todos nós, principalmente no Brasil, sustentamos esse tipo de moralismo bobo à pretexto de sermos bons e corretos. Mas não consigo pensar quantos relacionamentos não seriam poupados daquele tipo de esfriamento matrimonial se suportassem o fogo das tentações e as paranóias ciumentas e permitissem que o parceiro sorrisse o quanto quisesse e mantivesse o tipo de roupa que sempre gostou de usar.
Como diz o ditado “sou simpático, não estou te dando mole”. Portanto, perpetuar a lógica machista que prega que se uma mulher sorri ela quer transar. Se ela foi simpática e naturalmente sensual não quer dizer que se ofereceu a ninguém.
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Frederico Mattos é um homem apaixonado, sonhador nato, psicólogo provocador, escritor de um não best-seller e empresário. Adora contar e ouvir histórias de vida. Nas demais horas medita, faz dança de salão, Muay Thai, lava pratos e escreve no blog Sobre a vida. No twitter é@fredmattos.
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